Embalada para Viagem

Dormir, pra mim, pode ser um grande desafio. Por mais que eu saiba o quanto é saudável e necessário, vivo lutando contra o sono. Venci tantas vezes essa luta na infância que meu pai até criou uma estratégia para me colocar na cama.

Ele contava que nos voos noturnos, todos dormiam com o cinto de segurança afivelado sobre as cobertas. Fazíamos de conta que eu também estava no avião. Então eu ficava quietinha,embrulhada como um croissant. Voilá!  A versão mirim dessa que vos escreve embarcava imediatamente rumo a um destino imaginário, cada noite numa parte Do Mundo.

Hoje experimento várias técnicas para me desconectar dos milhões de pensamentos e afazeres, tão mais interessantes que o ato de dormir. Técnicas bastante falíveis – devo confessar. Recorro a áudios de meditação, por exemplo, mas preciso variar sempre porque acabo decorando… e logo o blábláblá-zen deixa de funcionar.

Ao contrário de quem só fica insone fora de casa, consigo desligar mais facilmente quando estou em trânsito.

Meus sonhos não mudaram muito. Mesmo acordada, adoro idealizar novas trajetórias. Estou sempre viajando, nem que seja no sentido figurado, numa fase de pesquisa ou de recordação. E cada trip faz conexão com alguém muito especial…  Quem escolhe a bicicleta em vez do táxi, pede aquele doce típico sem se preocupar com dieta, tira foto de tudo que vê e puxa conversa com as pessoas que encontra pelo caminho….

Não sou eu, viu? É ela, aquela  Menininha do Avião!

Beijos, Prats

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