O tempo passa, o tempo VOA! É Carnaval de novo, estou entrando no nono mês desta viagem a trabalho pelo mundo e pronta para comemorar o primeiro ano de um novo estilo de vida.

Foi exatamente no Carnaval passado que me inscrevi para participar do Remote Year.
Aproveitei o feriado para descansar na casa de minha mãe e, ao mesmo tempo, parti para ação online em busca de oportunidades para colocar meu plano de mudança em prática.
Eu já tinha feito um intensivão no final de ano, pensando e repensando no que eu queria fazer da vida em 2015, pesando os prós e contras de dar um pause na carreira de Stylist (todas as imagens publicadas aqui são do meu portfolio).

Mesmo trabalhando com muito amor e dedicação ao ofício, eu estava cansada do processo — que às vezes envolvia muito mais transpiração do que inspiração.
Perdi a conta das vezes tive que abafar minha criatividade para atender às demandas do cliente ou “mimar” celebridades de ocasião.
A ralação incluía contatos, pesquisa de referências, negociações, cuidados com cada peça consignada para os shootings, elaboração de créditos, prestação de contas, presença em eventos…

Meus dias se alternavam entre deslocamentos pelo trânsito caótico de São Paulo ou longas horas trancafiada num estúdio — mesmo em finais de semana e feriados.
Assim, qualquer atividade pessoal ou de lazer precisava ter horários flexíveis porque os Jobs vinham em primeiro lugar.
Quando tinha alguma folga, estava tão cansada que só queria ficar em casa.
Só que o trabalho também invadia minha privacidade porque muitas vezes eu recebia caixas e sacolas de material, além de manter um acervo de roupas e sapatos no meu apartamento.
Ainda assim eu sempre ouvia: — Que profissão glamurosa!

Até aí o que estava justificando todo esse esforço era a possibilidade de viajar uma ou duas vezes por ano, juntando os cachês que ganhava.
Então resolvi cortar intermediários e me jogar no mundo, sem deixar de trabalhar.
Ser selecionada para participar do primeiro Remote Year foi um impulso e tanto para “dar à luz” essa nova experiência como nômade digital.
Mas também estava disposta a ser staff em um navio ou até viver como garçonete em outro país.
Eu precisava arriscar e foi exatamente o que eu fiz.
Depois, me desfiz de quase tudo que tinha. Sigo apenas com 20kg de bagagem — e o coração lotado de amor à família e amigos.
Claro que passo por dificuldades também, mas com muito mais garra, criatividade e paz interior. No próximo post conto mais das minhas andanças…
Beijos, Prats
Foto da capa: Ella Durst.