Paris, Mariana, Beirute, Bagdá.
João, Marie, Joseph, Joaquim.
Catástrofes atingem pessoas, direta ou indiretamente. Basta checar as reações nas redes sociais.
Eu fico indignada é por ver tanta gente se tornando alvo, apenas por ser quem se é ou estar num determinado lugar.
Tudo é tão grave que não importa qual notícia tem mais destaque no Facebook. Estamos falando de pessoas que perderam a vida.
Acho mais injusta a “motivação” dessas tragédias.
E aqui minhas aspas representam uma descrença: nada pode justificar o ocorrido.

O descaso e a ganância em terras brasileiras, infelizmente, são velhos conhecidos.
Nos últimos meses, estive em países onde a maioria da população segue a religião islâmica.
Fui exposta à uma série de costumes, celebrações, estilos e comportamentos atribuídos às crenças dessas pessoas. Não me senti ameaçada em nenhum momento, mas fiquei intrigada com tamanha interferência da religiosidade na vida delas.
Em Istambul, na Turquia, conversei com algumas meninas a respeito de moda – para tentar entender como elas convivem com tantas limitações.
Muitas só mantiveram a conversa enquanto a abordagem era superficial. Apenas esta me permitiu ir mais fundo no assunto e aceitou que eu registrasse seu depoimento.
Mesmo assim, senti que se não gravasse o vídeo ali mesmo, sem me preocupar com a qualidade de som e imagem, ela poderia mudar de ideia.
Continuei observando e tentando me comunicar, principalmente com as mulheres.
Mas minhas questões permanecem sem respostas que eu considere “válidas” pelo ponto de vista da nossa cultura.
É muito difícil deixar de lado os pré-julgamentos e já percebi que isso é recíproco.
Então, trato de ser honesta e me manter o mais neutra possível – deixando as entrevistadas à vontade para falar.
Em Penang, na Malásia, conheci uma ativista local que é lésbica mas não pode assumir publicamente pois ser gay é o mesmo que assinar a própria sentença de morte.
Ela fez uma apresentação bacana sobre gêneros para o grupo do Remote Year e também topou gravar entrevista.
Falamos muito sobre o trabalho que ela desenvolve junto às comunidades, mas, enfim, a conversa tomou o rumo do que estava pipocando em minha cabeça:
Que diferença faz usar o hijab?
Isso evita os abusos de origem sexual?
Como funciona no dia a dia das pessoas?
É triste perceber que nossas realidades se conectam em alguns pontos: preconceito, machismo, opressão.
Por mais que pareça haver maior tolerância com relação a outros costumes aqui na Ásia… não é bem assim…
E aí no Brasil? Não é BEM ASSIM também?
Beijos, Prats
Que lindo perceber que acabou abordando coisas muito mais importante do que apenas moda. Teus conteudos são sempre e extremamente profundos, divertidos e importantes como nese caso. Isso mostra como a alienação de uma naçao, vive em tantos aspectos quando líderes são pessoas ruins e dominadoras de diferentes formas, como aqui no Brasil ou em qualquer outro lugar do mundo.
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Nossa, fico muito feliz em ver que você gostou. Precisamos derrubar esse estereótipo que por ser “das modas” só vemos as coisas com superficialidade. Pelo contrário. Temos que conhecer profundamente as pessoas e culturas para trabalhar com estilo. Bjs, Jane!!!
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