EM VEZ DE MARCHAR PELA LIBERAÇÃO DA MACONHA, EM ALGUNS PAÍSES DA EUROPA OS CONSUMIDORES SÓ PRECISAM CAMINHAR ATÉ A LOJA MAIS PRÓXIMA – PARA COMPRAR PRODUTOS DE BELEZA E ATÉ ALIMENTOS COM A ERVA
Sim, vamos falar abertamente sobre Maconha. Mas a questão agora não é despertar a polêmica de ser a favor ou contra. A folha pode até ser uma droga, mas causa menos discussão em searas como a beleza e a alimentação – ao menos na Europa.
Você não precisa passar um mês inteiro em Praga, como eu. Basta desviar o foco das atrações turísticas para logo entender por que a cidade é encarada como uma “Amsterdã do Leste”. Por lá, na República Checa, o consumo da folhas de cannabis é parcialmente liberado – desde que na forma de cremes, produtos de beleza, barrinhas, suplementos alimentares, salgadinhos, pirulitos… A erva é adicionada, inclusive, a bebidas alcoólicas como cerveja e vodca. As concentrações? São mínimas, claro. E nenhum produto pode conter THC, a substância que realmente é psicoativa. A legislação do país não considera a maconha como droga pesada e é mais suave na punição de quem é pego com quantidades “para consumo pessoal”.
Apesar de levinhos, a procura por esses produtos faz a alegria dos proprietários de lojas de conveniência e farmácias. Na minúscula Ljubljana, capital da Eslovênia onde também passei um mês, não foi difícil encontrar esse tipo de produto “boas casas do ramo”. A legislação do país não considera a maconha como droga pesada e é mais suave na punição de quem é pego com quantidades “para consumo pessoal”. O que serve para acirrar aquela velha discussão: existe droga leve? Se o álcool é liberado para maiores e a maconha não é tão pesada, qual a diferença?
Que eu saiba, no Brasil, esta onda ainda não chegou ao mercado. Estamos em outro estágio, mas não significa que brasileiros não conheçam suas mil e uma utilidades. O item mais popular entre os verde-e-amarelos é o Hemp Hand Protector, da Body Shop, que sai por módicos 5 euros. O maquiador Danilo Morzilo comprou numa viagem à Holanda. “Já conhecia e tinha vontade de ter. Quando encontrei, não pensei duas vezes”, afirma ele que logo emenda: “Ele deixa a pele macia e fica um cheirinho bom. Lá no fundo você sente que é de maconha”.
Já o engenheiro Fábio Martinazzo experimentou outro produto quando esteve em Amsterdã: os Weed Cookies industrializados. Ele contou que em Porto Alegre há similares, só que com adição da erva mate. Já imaginou comer um biscoito de maconha no café da manhã? Um amigo, que não quis ser identificado, provou a cerveja Cannabis Beer, em Praga – uma das muitas marcas que já existem no mercado europeu. E o que ele decretou: “Inofensiva”. E aí, vai encarar essa geladinha?
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