Conversa de Geek

Você já conheceu alguém através de uma hashtag? Isso tem acontecido comigo desde que comecei esta viagem.

Passar mais tempo “colada na tela” me conectou a pessoas e projetos interessantes, como o casal Tamara Lucas e Iván Fanego, do 2geeks1city – que também está experimentando a vida de nômade digital por um ano e de uma forma bem particular…

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@2geeks1city

Depois de alguns desencontros no Vietnã, fiz esta entrevista online com a dupla (que agora está no Laos) para compartilhar essa história com vocês. Antes vou deixar que eles se apresentem:

Somos um casal de geeks espanhóis com vivência no mundo de agências e consultoras digitais. Depois de muitas conjecturas, resolvemos tirar um ano sabático. E, claro, pensamos: Que vamos fazer com o tempo livre? Então decidimos que valia a pena aprender mais sobre as coisas relacionadas a nossa carreira profissional, só que sob uma nova perspectiva e centrados em um novo continente – conta Tamara.

Apesar de estarmos em um ano sabático, às vezes dedicamos muitas horas ao 2geeks1city e aproveitamos alguns dias para realizar pequenos projetos freelance para custear nossas despesas – explica Iván –  O conceito de Digital Nomad é muito amplo e um tanto hype, com as pessoas constantemente postando fotos da praia, trabalhando numa rede. Essa não é bem a realidade (não queremos nossos laptops cheios de areia!). Quando trabalhamos como freela tem mais a ver com um dia no escritório do que com turismo. Mesmo assim, achamos que essa experiência como nômade digital vale a pena. Podemos passar muitas horas num quarto de hotel ou co-working, mas quando saímos estamos em lugares diferentes.

E como vocês estão se adaptando ao novo estilo de vida?

O mais curioso é acostumar-se a mudar de “casa” em poucos tempo e ter todas as coisas numa mochila. Mas logo temos uma nova rotina de chegar a um lugar, aprender o básico para se situar e em poucos dias buscar (de novo) um meio de transporte para sair, uma nova acomodação e novas referências. É algo que te flexibiliza a mente.

Lentamente, recuperamos os costumes da nossa vida “não nômade” e agora é rara a noite que não vemos qualquer série antes de deitar. Antes da Internet, uma viagem longa assim seria mais difícil. Agora dá para levar um Kindle com mais livros do que você pode ler (além da possibilidade de comprar algum que você precise em tempo real) e um disco rígido guarda todo o entretenimento audiovisual que você pode curtir sem enlouquecer 😉

Me deem um exemplo de como vocês se conectam às startups e o tipo de trabalho que desenvolvem em conjunto.

Antes de entrar em um país, pesquisamos as startups e o ecossistema empreendedor para ter uma ideia da situação na região e sabe a quem recorrer. À medida que avançamos em nossa viagem, mudam os meios de contato – adaptando e aprendendo qual a melhor forma de abordagem em cada país.

Na China, descobrimos que o e-mail ia ser de pouca utilidade – depois de recebermos apenas uma resposta para 10 mensagens enviadas – e passamos a usar WeChat. Isso melhorou muito a taxa de resposta. Aprendemos também que não é fácil fazer contato “do nada”. Ao ser apresentado por alguém há mais chances de ser atendido, então é bom ir solicitando contato a outros empresários – assim funciona o network por lá. No Vietnã, tivemos que re-aprender… o WeChat não nos serviu e o Facebook foi a melhor ferramenta para fazer contatos profissionais (como se fosse Linkedin). Assim conhecemos diversos empresários em Hanói e Ho Chi Minh.

Uma vez que entramos em contato com eles, nós enviamos com antecedência algumas perguntas da entrevista que faremos na data marcada, geralmente em seus escritórios. Editamos os vídeos como um resumo e a análise das lições aprendidas com os agentes de mudança em cada país, que é basicamente o que temos em nosso blog. Acabamos de preparar um Mini Documentário de 20 minutos chamado A Internet das Coisas (Internet of Things), a partir de nossas discussões com várias startups em Hong Kong.

Posso reverter um pouco as coisas? Agora que vocês já estão há um tempo na Ásia, dá para imaginar qual seria o maior choque cultural das Startups asiáticas na Espanha?

É difícil nos colocarmos no lugar deles! Depende muito do país. Os chineses seguramente se surpreenderiam com o diminuto tamanho do mercado espanhol. Já para os mongóis, laosianos ou cambojanos pareceria enorme. São países muito diversos e acredito que aconteceria o mesmo que se passa com muitos países europeus: eles teriam a mesma surpresa com a diversidade e diferenças na Europa que nós, europeus, descobrimos nos países asiáticos.

Como uma observação geral, para muitos pareceria que nos queixamos muito por termos tudo mais fácil. Mas tudo é questionável, claro.

Sei que muitos já fizeram esta pergunta, mas…por que vocês escolheram a Ásia? Já estiveram aqui antes?

Sim, essa pergunta só perde para o “Por que não dão uma volta ao mundo?”…  A era “Onde Está Wally?” já passou e não é tão difícil rodar entre continentes, juntando várias horas de avião. Então preferimos conhecer uma zona mais a fundo em vez de pular rapidamente de país em país. Nós tínhamos uma lista de lugares que queríamos ver antes de morrer, mas claro que não seria viável fazer tudo de uma vez, então resolvemos nos concentrar num continente específico. 

Para decidir, levamos em conta segurança e custo de vida moderado – cruzando esses dois requisitos, a Ásia nos pareceu a melhor opção. Além disso, em nosso segundo verão juntos, passamos férias na Tailândia. No ano seguinte, fomos ao Japão. Pode-se dizer que somos um pouco fãs desta região: gostamos da comida e tivemos boas experiências por lá.

Pra encerrar, contem sobre o eBook que vocês acabaram de lançar…

Claro, preparamos um eBook sobre o WeChat, voltado para quem está interessado em exportar para a China ou o seu ecossistema digital. O We Chat indica de muitas maneiras qual será o futuro das plataformas de redes sociais e aplicativos de mensagens ocidental, por isso vale a pena conhecer o fenômeno.

Super obrigada, Tamara e Ivàn! Tenho certeza de que muitos empreendedores e pessoas que desejam se tornar nômades digitais vão encontrar um excelente material de apoio tanto no eBook quanto no site 2geeks1city. E eu espero encontrar vocês “ao vivo” por aí!!!

Beijos e até o próximo post, Brasil!

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