Já que não posso oferecer uma fatia de bolo pra você, compartilho algumas histórias nada convencionais de minhas comemorações” nesta data querida”: aniversário e dia das crianças.
Sim, 12 de outubro é meu dia…. e também o de todas as crianças do Brasil, além de ser feriado nacional dedicado à santa padroeira do país, Nossa Senhora Aparecida. Assim não dá para sentir qualquer exclusividade na data, né?
Na infância, um presente a menos. Depois de adulta, a galera aproveitando o feriado e eu ficando em Sampa pra trabalhar. Talvez por isso eu não seja tão ligada em pic-pics e rá-tim-buns.
Até já passei aniversário de pijama – e de boas – assistindo séries sozinha. Mas nunca esqueço dos vários momentos felizes e engraçados que se transformaram em comemoração de aniversário “à la Prats”.
B-day Under The Stars
Este ano mesmo, rolou uma festa surpresa incomum… porque foi dentro de outra festa.
Explico: mudei meus planos de viajar no aniversário porque haveria a despedida de uma colega de trabalho aqui no Sri Lanka – que foi se tornando uma grande amiga. Então, decidi aproveitar o ‘bota-fora’ ao ar livre para passar meu níver “sob as estrelas” com a galera que me acolheu nos últimos meses – mas não contei nada pra ninguém.
Por isso, eu não imaginava que nossos chefes iriam trazer bolo e tocar Happy Birthday to You… Muito menos que minha amiga, alemã, fosse pesquisar receitas e preparar brigadeiro e beijinho de coco especialmente para a ocasião!
Fuga da Festa de Debutante
Como sempre cursei um ano adiantado na escola, então fui a algumas festas de 15 anos enquanto ainda tinha 13-14.
Acho que eu ainda não tinha desenvolvido o corpo e a mente para isso, porque me sentia ridícula naqueles vestidos. Para piorar, meu pai não poupava “elogios” – tipo dizer que eu parecia uma artista de cinema… tipo a Olívia Palito!
Até tive a oportunidade de dançar valsa no Debut de uma amiga, mas achei tudo embaraçosamente cafona. Pra mim, a sensação de estar entrando no mundo adulto só bateu quando escapei de uma festa tradicional para comemorar o niver do meu jeito.
-E aí, vai ter festa?
-Não, mas a gente pode se encontrar num barzinho.
Antes Só, Depois Bem Acompanhada
Sempre gostei mais do descompromisso. De, simplesmente, juntar os “a fins” e celebrar quando der vontade ou for possível.
O máximo que faço é reservar uma mesa e – que delícia! – ir acrescentando cadeiras. Misturar família, amigos daqui e dali, amigos de amigos… e criar novas conexões.
Uma dessas não-festas, por exemplo, foi um almoço que reuniu umas 15 pessoas em minha cantina preferida, ao som de um cantor com a voz IGUALZINHA à do Frank Sinatra. Rimos muito, fechando os olhos para fantasiar que estávamos em New York, New York… só que ali no Bixiga mesmo.
Não, obrigada
Num dos muitos 12 de outubro com trabalho na agenda, era dia de comercial de cerveja.
Equipe marcada para as 6h da manhã, sem previsão de horário para sair do estúdio. A modelo tinha a difícil missão de segurar do jeito perfeito um copo de cerveja perfeito – com seu corpo igualmente perfeito em um biquiní – e falar algumas frases para a câmera.
Entre os erros e acertos, os gritos de “corta”, “troca o copo” e “vamos de novo”… passei quase 20 horas ao lado do barril onde o pessoal de arte descartava o líquido das tomadas anteriores e preparava cervejas mais fotogênicas para as próximas.
Como lidar com os amigos que me convidavam para uma cervejinha depois disso?
Tindervention
Por mais que os anos se acumulem (rs), ão costumo ter ‘inferno astral’ ou ficar de bode antes de aniversário.
No ano passado, eu já estava deprimida por outros motivos nesta época. Pra dizer polidamente, estava ferrada. Morava em Penang, na Malásia, com estadia garantida apenas até o final do mês. Dali pra frente, eu não teria cono me manter no Remote Year.
Contava apenas com o dinheiro que levantei em um bazar antes de deixar a Turquia, onde vendi parte das minhas roupas e acessórios aos estudantes que moravam no alojamento de uma faculdade e para alguns de meus colegas também.
Trabalhava todas as madrugadas para me alinhar ao fuso horário do Brasil, lapidando os poucos jobs que já tinha fechado e procurando outras oportunidades on-line. Passava as manhãs na cama, exausta e sem conseguir dormir.
Desse jeito, perdi a festa surpresa que a organização do projeto realizou para os aniversariantes do mês. Foi em um parque de diversões cheio de camas elásticas e lugares acolchoados para as pessoas pularem – adivinhem se eu não iria amar! E quase não fui ao almoço onde rolou bolo+parabéns pra mim.
Preocupadas, minhas colegas do RY invadiram meu apartamento com vinho, comidinhas e uma idéia maluca: configurar meu perfil no Tinder e marcar uns “dates”. Eu sempre fui mais da paquera offline e não curtia esse app, como explico neste post…
Tudo que posso revelar sobre o resultado dessa intervenção é o seguinte: elas mandaram muuuuito bem no meu perfil… ou eu dei sorte de principiante 🙂
Quarto de Século
A única festa de aniversário que me lembro de ter “produzido” rolou nos meus 25 anos. E nem foi tão grandiosa. Mas foi longa, isso sim.
Comemorei o quarto de século com festividades durante um final de semana inteirinho e com a casa aberta pra quem quisesse aparecer!
Na época, eu morava com amigos e tínhamos um quintal com churrasqueira. Fizemos BALDES de Sangria e bebemos com familiares, vizinhos, colegas de trabalho de diversas empresas, professores, ex-namorados com suas atuais, ex-namoradas dos meus atuais… gente que fez parte da minha vida em diferentes tempos e espaços. Foi o máximo!
Enfim, acho que sempre fugi dos Parabéns A Você porque sinto um misto de emoção e vergonha quando as pessoas cantam pra mim. Não sei pra onde olhar, onde enfiar as mãos e, muitas vezes, como disfarçar as lágrimas… Criancice minha, né?
Mas, gente, eu nasci no dia das crianças!!!
Beijos, Prats
*Fotos em P&B por Luiz Negrão, amigo da família desde antes de eu nascer, padrinho de minha irmã e meu querido “tio Negrão”