Nomadismo Digital #semfiltro, uma comparação entre expectativa e realidade

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Assim como tudo na vida, o trabalho como nômade digital se torna mais simples quando a gente deixa de lado alguns mitos e expectativas irreais.

nomadismo_digital-expectativa_vs_realidade

Antes de virar as lentes para o estilo de vida dos nômades digitais em geral, preciso postar uma selfie – ou seja, me colocar rapidinho no contexto.

Depois de participar do grupo inaugural do Remote Year até o final de 2015, sigo por conta própria na batalha pelo sonho de viajar/trabalhando ou trabalhar/viajando. Atualmente, faço isso a partir do Sri Lanka.

E minha realidade já começa a quebrar expectativas…

1. Nômades Digitais são Nerds “fora da casinha”, literalmente.

No fundo, ainda sou uma stylist que prefere H&M à Html e não sabe bem o que é CSS – apesar de curtir a banda Cansei de Ser Sexy, que usa a mesma sigla 😉 Se você não tem a menor idéia do que isso significa… tamo junto!

Agora, sério, corro atrás do que me falta de conhecimento técnico e aproveito a experiência anterior com moda e jornalismo no meu trabalho online com produção de conteúdo e marketing.

Estou aprendendo muito pelo caminho e os Nerds conhecem vários atalhos que facilitam meu desempenho profissional. Mas dá, sim, pra sair da casinha sem ser um deles.

2. A gente quer mais é encher o passaporte de carimbo.

Até dá pra ficar no pinga-pinga pelo mundo, mas quem aguenta organizar vôos, traslados, vistos, acomodação, etc… tendo que passar o dia ralando no laptop?

Optamos por não perder 2 horas no trânsito diariamente pra ir até a firma, então pra quê estressar viajando compulsivamente?

A possibilidade de ficar onde se gosta, pelo tempo que quiser, é muito mais interessante para a gente que tem a liberdade de trabalhar em qualquer endereço.

DigitalNomadWorking
Lindsay Daniels, uma das minhas colegas de Remote Year que tinha um bom emprego fixo e, mesmo assim, não ficou até o final.

3. Todo nômade digital tem um emprego remoto

Emprego fixo e um salário garantido todo mês? Quem de-ra!!!

Tem vários free-lancers, micro empresários e empreendedores nomadeando por aí muitos passando perrengue e fazendo “malabarismos” para se manterem na estrada. As coisas são mais suaves para quem tem estabilidade financeira e isso se confirma na falta de aderência ao Remote Year -— a turma inaugural encerra com menos da metade das pessoas ocupando as 100 vagas anunciadas inicialmente.

Não tenho o número exato, mas sou testemunha da debandada e sei que outros sairam depois de mim.

A maioria dos participantes que ficou até o final tinha emprego, uma empresa bem estabelecida para administrar à distância ou, simplesmente, muito dinheiro pra gastar. Durante o percurso, eles podiam viajar nos finais de semana, investir em atividades de lazer, jantar em restaurantes bacanas e até visitar a família de vez em quando (a maioria nos Estados Unidos). Claro que os outros também acumularam boas experiências enquanto batalhavam para garantir o próprio sustento, mas com um custo emocional bem mais salgado do que as taxas do programa. Já escrevi alguns posts sobre isso e ainda tenho muito que contar por aqui…

4. Ah, mas a idéia é sair da zona de conforto!

Não é bem assim. Vamos dizer que a gente escolhe qual zona de desconforto prefere encarar: uma rotina que não nos faz feliz ou os desafios do trabalho remoto.

Por isso, muitos nômades digitais procuram criar suas próprias zonas de conforto onde quer que vão… mesmo que tenham que adaptar a diferentes “configurações” e  locais de trabalho.

Eu, por exemplo, sempre tento cozinhar, fazer alguma atividade física e conhecer pessoas bacanas. Faço o possível para me sentir em casa enquanto experimento o estilo de vida autêntico do país.

Mas também mantenho a conexão com a cultura do Brasil e o contato com minha família e amigos por lá —  muitos dos meus laços até estreitaram com a distância e os que soltaram… depois eu vejo se vale a pena reatar!

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Foto: Massimo Mello

5. O nomadismo digital é uma tendência para a geração X, Y ou Z

Esse tipo de declaração eleva as expectativas à estratosfera…. Boom!  E tem até quem use rótulos mais atraentes, como Nômades Globais ou MoBos (mobile bohemians). Então vou me apropriar de um meme para resumir o que acho disso tudo:

“Existem dois tipos de pessoa no mundo: VOCÊ e OS OUTROS”.

Cada um tem suas motivações e estratégias para seguir essa jornada. Isso importa mais do que a faixa etária. Podemos, sem perceber, falar de um trajeto por diferentes países como quem explica o caminho por um bairro. Ou ter uma rede de contatos espalhados pelo mundo – e as caixas de spam igualmente “globalizadas”…

Mas, definitivamente, fazer parte de uma tendência NÃO é o que paga nossas contas.

Vou contar mais sobre minhas experiências nomádicas logo, logo… Seja VIP no Pratserie e leia os próximos posts em primeira mão!

Fernanda_Prats_nomades_digitais_expectativa_x_realidade_pratserie_blogBeijos, Prats

 

 

3 Replies to “Nomadismo Digital #semfiltro, uma comparação entre expectativa e realidade”

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