2021: previsões, cores e sacadas

Quando eu estava morando em Istambul, gravei um vídeo com uma amiga que sabe ler a borra do café — a tal da cafeomancia.

Por mais que aquela fosse uma fase de muitas incertezas em minha vida, eu não estava tão interessada em uma previsão do futuro.  Queria mesmo era mostrar uma das curiosidades da Turquia que tem tudo a ver com a bebida que adoro.

Bem, ela “viu” vários pavões nas manchas que se formaram em minha xícara… e eu passei a ver pavões com muito mais frequência a partir daquele dia.

Só que não foi em zoológicos ou parques!

Essas aves passaram a cruzar meu caminho das formas mais inusitadas. Era como se eu estivesse dentro de um filme de realismo fantástico.

Por exemplo, tive um voo cancelado por conta de poeira vulcânica no ar e a companhia aérea me colocou em um resort em Singapura. A cesta de boas-vindas era em formato de… pavão… porque… esses animaizinhos exóticos eram parte das atrações do local, reinando soltos pelas áreas externas da imensa propriedade.

Tempos depois, fui visitar o local onde iria trabalhar no Sri Lanka e havia uma placa de travessia de pavões na estrada.

Coincidência ou recado cósmico?

Grafitti: pavão - peacock

Não sei se esse pequeno conjunto de episódios tem algum significado.

Mas penso no reflexo que a gente tem, de abrir um sorriso quando um pavão abre suas penas. Penso na maravilhosa combinação de cores do leque que ele exibe. Penso em tudo o que a natureza nos oferece, com um misto de simplicidade e exuberância.

E é essa conexão que faço entre os pavões e o futuro.

Hora da virada

Fecho este ano com meu tradicional jogo da virada e convido você a entrar na brincadeira.

Que tal criar a sua lista com os temas TEVE, TÁ TENDO e TERÁ?

Simplesmente deixe fluir, junte as palavras que vêm à sua mente para cada um dos temas e escreva sobre eles sem pensar muito. Quando terminar, você já vai ter várias sacadas. Mas também vale compartilhar ou guardar para reler.

Faço isso desde 2017 e adoro comparar Expectativas vs. Realidade.

Veja como é o meu joguinho deste ano e experimente fazer o seu:

Teve

  • Cancelamentos. Com duas passagens só de ida em mãos, para México e depois Espanha, adiei meus planos por causa de um trabalho que exigia minha presença no Brasil. Quando me liberei para continuar trabalhando remotamente, entramos em lockdown ☹ Mas também fiz vários cancelamentos de ordem menos “prática”, no caso de pensamentos, hábitos, atitudes, preconceitos, apegos, uso das redes, modos de interagir e muito mais.
  • Convivência. Esse é um Teve que deve estar na lista de muita gente, não é mesmo? Depois de passar anos focada em “conviver bem comigo mesma”, 2020 me desafiou a aprofundar no convívio com minha mãe — algo que quase não tive depois de adulta, já que eu era muito nova quando saí da casa dos meus pais.
  • Menos nomadismo digital, mais trabalho remoto. Porque, né, foi uma combinação maluca de lei de Murphy, ano bissexto, distopia…

TÁ TENDO

  • Descompressão. A sensação é de terminar uma maratona e querer dormir uma semana, mas não ter sono. Isso é um claro reflexo do que Teve: com os cancelamentos, meu “tempo de tela” ficou muito mais focado no trabalho. Agora me sinto desconectada, apesar da parada ser recente e eu estar aqui escrevendo o último post de 2020. E já estou fazendo um curso online, preparando ceia, terminando um livro grosso que estava em stand-by ultimamente… só que a sensação ainda é de vácuo!

TERÁ?

  • Recomeço. Por mais que isso não seja nada original, faz muito mais sentido nesta virada de um ano tão absurdamente desafiador. Então, “dar um reboot” é uma das minhas principais resoluções de ano novo. As mudanças já estão em curso há bastante tempo, é só questão de desligar e ligar de novo pra ver no que vai dar.

Faça com que suas previsões aconteçam (e use todas as cores que você quiser)  

Quando eu era pequena, ouvi a frase “na copa do mundo, todo brasileiro vira técnico de futebol”. Não entendi bem naquela época, mas lembrei disso ao pensar em como estamos lidando com este ano atípico.

Em vez de insistir na prorrogação de um Fla-Flu político/ideológico, o que a gente precisa mesmo é ganhar do Corona. Disputar com os outros não faz o menor sentido em um ano de rupturas e curvas vertiginosas, então proponho que cada um se treine no ataque e defesa contra o vírus.

2020 termina hoje, no calendário ocidental, mas o momento histórico segue em curso.

Bora deixar de lado os achismos e focar na contribuição para que as coisas funcionem melhor?

Ao virar esta página da folhinha, física ou virtual, desejamos saúde, paz e prosperidade em 2021. Então, podemos proteger a saúde de todos, seguindo os protocolos que forem necessários para isso, promover a paz, aceitando diferenças, e cultivar a prosperidade, com uma atitude mais sustentável para a natureza da qual somos parte.

Agora uma última pergunta: para quê ficar no cinza e amarelo, que a Pantone aponta como tendência para 2021, se temos desejos bem mais coloridos?

Beijos, Prats

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