Para ser totalmente honesta, sei que a resposta certa é: Não.
Ainda não dá para viajar sem correr o risco de contrair a COVID-19 ou de transmitir o Coronavírus, se você for uma vítima assintomática dessa doença.
O ideal é evitar viagens não-essenciais e tudo o mais…
Mas é claro que tem gente com o pé na estrada há muito tempo, dando seu jeito de contornar a crise na saúde ou desrespeitá-la sem dó.
Entre a galera não-negacionista que tem dificuldade de desapegar do turismo, alguns viajam de carro para evitar contato social nos deslocamentos, outros fazem testes caros pensando em obter uma espécie de salvo-conduto e tem os que calculam riscos e seguem os protocolos ao máximo — sendo que a maioria faz uma combinação dessas medidas.
E agora eu também entrei para esse grupo.

Depois de passar 10 meses cumprindo rigorosamente as medidas de isolamento social, resolvi “desquarentenar o passaporte” da forma mais responsável possível. Então, para quem também já não consegue resistir e continuar onde está… espero que este relato contribua com o planejamento de viagens mais seguras na atual fase da pandemia.
Só para reforçar: isso não significa que eu recomende a retomada das viagens neste momento.
Contudo, vejo que há muitas pessoas destravando os planos de viagem para 2021 e eu acho que vale a recomendação de cuidados e boas práticas nesse caso.
Operação Tapa-Buraco (na alma de viajante)
Saudades de fazer um turismo à toa, né, minha gente? É como se voltássemos a ser aquelas crianças que, a cada curva da estrada, perguntam: Estamos chegando?
O pior é que não dá para ver nada de novo pela janelinha e a sensação é de passar por uma pista esburacada pelas incertezas sobre quando (e como) essa paisagem vai mudar.
No começo, tive um certo alívio ao transformar passagens e reservas já compradas em créditos — evitando o estresse de reprogramar o roteiro de viagem sem ter a certeza das datas ideais. Cheguei a imaginar que os usaria em junho, já que meu ex-chefe me chamou para voltar à Albânia na temporada de verão europeu. Depois pensei que poderia viajar em outubro, com a queda nos números da Covid… até 2020 acabar do jeito que acabou.
E comigo em casa, full pistola☹
Na virada de 2021, eu já não conseguia nem me imaginar “estacionada” por mais um ano. Foi aí que passei a organizar esta minha versão de Operação Tapa-buraco.
Primeiro, fiz um comparativo de expectativa e realidade:
EXPECTATIVA PRÉ-PANDEMIA | REALIDADE |
Um destino que não conheço ou que permita me locomover para países que não conheço. | Um destino bacana no Brasil, que permita futuras viagens domésticas em segurança. |
Viajar de avião, trem, ônibus, barco… | Limitar o uso dos meios de transporte. |
Só reservar o início da estadia. | Reservar uma estadia prolongada. |
Me hospedar em uma região segura, onde seja fácil de resolver tudo a pé, de bicicleta ou usando transporte público. | Aqui dá match total, mas devo trocar o transporte público por carro de aplicativo. |
Ficar em lugares com espaço de co-work e/ou espaços para convivência, mesmo que a acomodação em si não seja tão confortável. | Ficar em um lugar bem confortável, onde eu possa trabalhar remotamente, descansar e me entreter sozinha. |
Ter uma cozinha disponível, sempre que der, e comer fora sempre que quiser. | Uma acomodação com cozinha privativa, pois só dá para comer fora de vez em quando. |
Curtir ao máximo as experiências de viagem, conhecer pessoas, fazer passeios e atividades sem preocupação de cumprir um roteiro. | Ter a melhor experiência de viagem possível, com isolamento social, cumprindo medidas de higiene e proteção com uso de máscara. |
Para tapar cada um dos buracos que se formaram entre a expectativa inicial e a realidade “que temos para hoje”, fiz o seguinte:
- Escolhi João Pessoa, capital da Paraíba, por 3 motivos: não conhecia a cidade, o estado tem mantido níveis proporcionalmente mais baixos do que os de São Paulo e fica perto de outros destinos turísticos do Nordeste que posso visitar depois… ou não.
- Peguei um voo direto de Sampa pra Jampa e usei carro de aplicativo nos transfers de/para o aeroporto. Também deixei para marcar meu assento na última hora e foquei nas poltronas menos desejáveis para não ter ninguém ao meu lado.
- Reservei hospedagem por dois meses, com a possibilidade de renovação.
- Preferi uma área residencial, com localização próxima à praia, supermercado, padaria, farmácia etc. Bônus: estou a duas quadras da “Oscar Freire de João Pessoa”, onde dá para ver vitrines ao ar livre
e matar a saudade dos tempos de produção de moda. - Encontrei um apartamento super confortável e até com piscina no prédio. Dei sorte nesse quesito porque fui consultar um amigo paraibano sobre um anúncio do AirBnb e descobri que ele tinha um ótimo AP para alugar, dentro do meu limite de orçamento.
- Sempre amei cozinhar e aqui estou bem equipada para isso, além de contar com várias opções de delivery e de lugares para comer fora de vez em quando.
- Já faz tempo que me acostumei a um estilo de viagem mais sustentável, com longos períodos de vivência no destino. Meu maior desafio foi (e está sendo) lidar com as precauções e preocupações de fazer isso durante uma pandemia!
Agora devo dar um crédito para os pessoenses e turistas que tenho visto pelas ruas e praias de JP, sempre usando máscara e respeitando as regras de higiene e distanciamento. Isso traz um grande alívio. Só que ainda penso zil vezes antes de qualquer saída.
Dá para viajar só na imaginação?
Como disse lá no começo, evitar viagens desnecessárias é o mais recomendável nesta hora. Até “cair em tentação”, apelei muito para a memória e a imaginação para dar meus rolês sem sair de casa — fiz até um post com dicas de filmes e séries para explorar o mundo através das telas.
Então, se puder, continue dando essa viajada comigo.
Logo, logo vai ter post com mais detalhes sobre a experiência em João Pessoa.
Até lá!
Beijos, Prats

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Mal podemos esperar isso passar…🙏✨
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Nem fale! Mas vamos ter edperança
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Com certeza, tudo é para o bem 🌻🙏✨
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